O Curso de Letras da UFOP foi instituído por meio da Resolução nº 17, de 18 deabril de 1980, do Egrégio Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFOP. O curso é circunscrito ao Departamento de Letras (DELET), que é incorporado ao Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), localizado no campus da cidade de Mariana, Minas Gerais. A partir do Parecer nº. 774, de 06 de novembro de 1986, do, então, Conselho Federal deEducação, o Curso foi reconhecido pelo MEC através da portaria nº 134, de 09 de março de 1987.
Os princípios que nortearam a implantação do Curso de Letras foram traçados de forma a atender, além da legislação em vigor, a estrutura dos cursos de Licenciatura e Bacharelado. Levou-se em conta a região onde se localiza a UFOP, que é conhecida internacionalmente como berço das tradições e centro da cultura mineira, irradiador de atividades de pesquisa e de desenvolvimento das Letras e das Artes; daí a responsabilidade de adequação do currículo de modo a satisfazer às peculiaridades regionais. Assim, foram convidados, pela UFOP, especialistas que desenvolveram um plano de trabalho de organização curricular nas respectivas áreas de ensino do Curso de Letras, levando em conta duas características básicas: os interesses regionais e as condições do mercado de trabalho onde posteriormente atuariam os futuros licenciados e bacharéis.
Segundo o PPC de 2008, originalmente, o Curso de Letras da UFOP oferecia duas habilitações: Licenciatura em Português/Inglês e Bacharelado em Tradução. A cada semestre, ingressavam 30 (trinta) alunos, alternando-se os turnos do curso, matutino e noturno. Com o passar dos anos e o crescimento da demanda por vagas, o Curso de Letras ampliou sua oferta,obedecendo às diretrizes explicitadas pela política educacional interna da UFOP. Assim, no ano de 1998, houve um aumento para 40 (quarenta) vagas por edição do concurso Vestibular,mantendo-se a alternância dos dois turnos. Em 2007, com a manifestação de interesse do DELET em aderir ao Programa Reuni, proposto pelo MEC para a expansão dos cursos de graduação das Universidades Federais. O aumento de vagas se deu de fato a partir de 2008/2,com aumento de 25% no número de vagas do Vestibular, chegando, assim, a 50 ingressantes por semestre, sendo 10 vagas para o Bacharelado em Letras.
As matrizes curriculares do Curso de Letras, até 1992, eram fechadas, incluindo apenas disciplinas obrigatórias nos oito períodos do Curso. No início dos anos 1990,o corpo docente do Departamento de Letras constatou a necessidade de expandir e modernizaro perfil de formação dos egressos oferecido até então. Desse modo, iniciou-se a reformulação curricular que foi concluída e implantada em 1992, separando-se a Licenciatura dupla e criando-se duas habilitações; além dessa mudança, com vistas a formar profissionais aptos a lidar com outras funções no mercado profissional, criaram-se os Bacharelados em Estudos Linguísticos e em Estudos Literários. Diferentemente do primeiro currículo, a nova proposta apresentou uma enorme flexibilização, com a criação de diversas disciplinas eletivas e a diminuição substancial de disciplinas obrigatórias. Tal mudança representou, sem dúvida, um avanço para a formação dos alunos de Letras, com maior autonomia e flexibilidade na construção do perfil do egresso.
Com as diversas mudanças e ajustes na legislação, envolvendo não só as Licenciaturas,mas também os Bacharelados, em diversas áreas de formação, o Departamento de Letras, por meio do seu Colegiado de Curso, iniciou novas discussões e propostas de reformulação curricular a partir dos anos 2005 e 2006. Além da adequação às novas normas legais, o corpo docente avaliou que as matrizes curriculares em vigor eram demasiadamente abertas, o que permitia uma enorme variabilidade nas escolhas de disciplinas a serem cursadas pelos alunos,fato que, por sua vez, poderia gerar perfis de egressos sem uma identidade bem definida. Há que se ressaltar que aquela proposta curricular recomendava inicialmente a participação de docentes supervisores para acompanhar a trajetória acadêmica dos discentes, cujas matrículas em disciplinas deveriam ser avalizadas pelos respectivos supervisores. Tendo em vista a grande rotatividade de docentes no Departamento àquela época, a supervisão acabou sendo abandonada e a grande flexibilidade do currículo passou a gerar as distorções então observadas. Assim, o Colegiado elaborou e apresentou uma proposta de reformulação curricular no início de 2007, que tornava as matrizes menos abertas e também propunha extinguir os Bacharelados em Estudos Linguísticos e em Estudos Literários. Tal propostanão teve respaldo do DELET, cuja grande maioria dos docentes defendia a manutenção das cinco habilitações. Assim, houve a renúncia dos membros do Colegiado e a indicação de uma nova composição, com vistas a levar a cabo a mudança curricular que se fazia necessária. Ao final do ano 2008, o CEPE aprovou a nova proposta de Projeto Político Pedagógico do Cursos de Letras, o qual mantinha as cinco habilitações e impunha uma significativa redução na flexibilidade do currículo anterior, com maior número de disciplinas obrigatórias, extinção da categoria de disciplinas optativas, muitas das quais passaram a ser obrigatórias, e redução do número de disciplinas eletivas. Além de observar e se adequar às normativas legais, a nova proposta objetivou articular de forma mais coerente e consistente as competências, habilidades e conhecimentos esperados dos egressos de cada umadasHabilitações oferecidas.
A partir de 2015, outra reforma é posta em funcionamento para adequar-se ao entendimento do Conselho Nacional de Educação a respeito da necessidade de preservar as especificidades dos cursos de Bacharelado e Licenciatura, de modo que cada um dos graus fosse associado a um projeto pedagógico distinto, em curso com terminalidade e integralida de próprias e com registro próprio no sistema e-Mec. Assim, pela resolução CEPE6268, dividiu-se o Curso de Letras em dois cursos distintos, e o Curso de Letras – Bacharelado passou a ter existência autônoma, contando com três habilitações, Estudos Literários, Linguística e Tradução, admitindo o ingresso de 10 (dez) alunos por semestre. Todos esses alunos podiam escolher, a partir do segundo semestre, qual das duas habilitações gostaria de seguir em sua formação.
Em 2018, o Bacharelado em Letras recebeu visita do MEC e, ainda que bem avaliado (nota 4), foi indicado que haveria a necessidade de adequação legal, pois, segundo o ParecerCNE/CES 223/2006, não seria mais possível estar trabalhando como conceito de “habilitação”: a formação em Estudos Literários deveria adequar-se às normativas sobre a identidade autônoma de cada uma das “habilitações”, tornando-se um Curso. Assim, a partir das orientações e diretrizes do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), o Colegiado empenhou-se na regularização dessas habilitações, atualizando-as em Cursos, com Projetos Pedagógicos autônomos (neste caso, Curso de Letras – Bacharelado em Estudos Literários), mas mantendo substancial articulação e colaboração entre si. Antes da reformulação curricular apresentada em 2019, o ingresso semestral para o Bacharelado em Letras constituía-se de 20 vagas anuais (10 semestrais), distribuídas para as três habilitações do Bacharelado. A partir de 2019/2 foram definidas 12 vagas anuais (seis vagas semestrais) para o Bacharelado em Estudos Literários e 14 vagas anuais para o Bacharelado em Tradução.
Modalidade: | Bacharelado |
Tempo de integralização: | 8 períodos |
Vagas semestrais: | 06 |
Turno de ingresso: | Matutino no primeiro semestre e noturno no segundo semestre |
Campus: | Mariana/MG |