PROFESSORES DAS REDES PÚBLICAS DE ENSINO DE MARIANA E OURO PRETO REÚNEM-SE NO LALIN-ICHS E VIVENCIAM PRÁTICAS DO MÉTIER DOCENTE PERPASSADO PELA LINGUAGEM

Novembro 18, 2024

Vinte e sete professores vinculados às redes públicas municipal e estadual dos municípios de Mariana e Ouro Preto participaram do curso intensivo O métier docente e desafios do professor de língua: construindo pontes e caminhos, entre 21/10 e 13/11. O curso é um desdobramento de uma demanda dos professores de línguas da Rede Municipal de Educação de Mariana às professoras Ada Brasileiro e Viviane Pimenta, que, desde 2018, desenvolvem pesquisa sobre o métier docente e os gêneros do discurso profissional.

Vinculada ao Laboratório de Linguagens: Pesquisa e Extensão em Ensino e Aprendizagem (LALIN), a pesquisa ampliou-se para a extensão, promovendo o encontro de docentes de diferentes níveis de ensino (da Educação Infantil ao Ensino Médio), construindo vivências e reflexões sobre a práxis docente nos campos do ensino e da aprendizagem de línguas, bem como levando os professores à apropriação de gêneros do discurso profissional constitutivos do trabalho do professor.

Para a professora Ada, “por meio da socialização de projetos, sequências de atividades, leitura, podcasts e vídeos; reflexões provocadas por vivência de dinâmicas; e práticas para busca coletiva de soluções a problemas comuns à docência, os colegas puderam associar o trabalho que realizamos à linguagem, compreendendo como o real da nossa atividade se materializa por meio de gêneros do discurso profissional docente”.

Figura 1 - Foto da turma no último dia do curso – Fonte: acervo do LALIN
Figura 1 - Foto da turma no último dia do curso – Fonte: acervo do LALIN
A professora Viviane complementa que, ao perceber que “uma mensagem de WhatsApp que envia ao aluno, ou uma conversa de corredor em que combina uma atividade com o colega, constitui trabalho docente, o professor reconhece o quanto do nosso trabalho, por ser intelectual, é invisível para grande parte da sociedade”. E a professora Rosilane de Oliveira, uma das alunas do curso, conclui: “e se não é visto, não é valorizado”.

O curso também contou com professores convidados, que, entre outros temas, partilharam saberes acerca de consolidação da alfabetização no Ensino Fundamental 2, de atividades de multiletramentos e de inclusão na sala de aula, problemas corriqueiros da sala de aula.

Muitos dos cursistas manifestaram desejo de continuidade do curso, incluindo gestores educacionais. A professora Maria Auxiliadora das Dores diz que antes do curso não entendia que “escrever bilhetes, trocar informações com um colega sobre determinado estudante e fazer anotações com as observações sobre o desenvolvimento do aluno, eram trabalho. Para as professoras e coordenadoras, Ada e Viviane, cursos como esse deveriam estar impregnados à rotina do Instituto, pois aproximam a Universidade da realidade escolar e têm potencial de desenvolver conhecimentos mais significativos para a formação docente inicial e continuada.