MESA ICHS 46 ANOS

MESA ICHS 46 ANOS

 

 

Heliana Mª Brina Brandão

Presidente da ASA - Associação dos Amigos do ICHS

 

Querido Reitor da UFOP, Professor Luciano

Querido Diretor do ICHS, Professor Mateus

Boa tarde a todos/as/es!

Nesta hora vespertina de uma primeira terça-feira, logo após o dia de Finados, vale lembrar “...as coisas findas, muito mais que lindas...” recorrendo à poesia de Drummond, na busca de trazer um pouco de leveza, para abrir esta nossa conversa com a lembrança de parentes e amigos queridos, que já nos deixaram com o nosso quinhão de saudade. Nos 46 anos da história deste Instituto, quantas “...coisas findas, muito mais que lindas...” puderam se realizar nas vidas de nossos alunos, professores e funcionários. Mesmo que alguns propósitos institucionais não tenham se resolvido ainda!

Se eu fosse uma historiadora, e calculista, poderia afirmar, agora, que falta menos de um lustro para podermos passar a contar nossa história em séculos, mas isso seria me deixar levar um pouco demais pela minha crônica ansiedade pessoal, a ponto de querer já demarcar e ticar itens de uma lista muito futura.

Vocês sabem que, para gente ansiosa como eu, é muito mais sedutor ticar itens de uma lista do que estourar plástico bolha!

Pois bem, vamos nos ater, então, em bem celebrar este nosso já completado quase meio século de existência, tendo o ICHS como um projeto institucional de ensino que, se pode afirmar, a despeito de todos os percalços, vem sendo uma experiência pedagógica bastante exitosa. Exemplos disso são as boas avaliações da CAPES sobre os cursos de pós-graduação deste Instituto e a recente aprovação do nosso Doutorado em Letras. Também na política administrativa interna da Universidade, este Instituto vem se mostrando como uma unidade que se vale de gente muito competente entre os seus profissionais educadores.

Assim é que, na primeira década (2005) deste século, foi eleito Reitor da UFOP o Professor João Luiz Martins, com largo apoio e intensa campanha dos eleitores deste Instituto. Logo terminada a apuração, o eleito, reconhecendo o empenho dos votantes aqui lotados, resolveu vir a este campus, que ainda não conhecia, para agradecer e comemorar junto com os seus apoiadores, em uma festiva reunião, quando brincou que já lhe dera até vontade de transferir para cá o gabinete da reitoria, encantado que estava com a beleza do cenário, do conjunto arquitetônico, somando-se ao alto astral do pessoal, vibrando com mais uma das nossas vitoriosas “...coisas findas...”. Já na segunda década, em 2013, conseguimos eleger a chapa que contava com a Professora Célia Mª Fernandes Nunes, deste Instituto, como Vice-reitora. A minha querida amiga Celinha...

Já nesta terceira década, alcançamos eleger, neste ano, o nosso Professor Luciano Campos da Silva, aqui presente, com expressiva margem na percentagem de votos. O primeiro Reitor eleito da UFOP, oriundo de uma unidade de fora do campus Ouro Preto, sinalizando mais uma conquista na direção da diversidade. Já temos, portanto, entre as coisas “...muito mais que lindas...”, um magnífico, pra chamar de nosso.

Como não sou historiadora, mas da área de letras, talvez a mais humana – leia-se imprecisa – área das humanidades, sendo assim muito pouco afeita a cálculos, quero eleger aqui um verbo para reger esta minha fala e as reflexões que ela, por ventura, venha a suscitar. E este verbo é Cuidar, junto com o seu substantivo cognato: CUIDADO. Um conceito que remete ao exercício da paciência, mas que também, a depender das circunstâncias, e da inflexão com que a palavra é dita, torna-se um eficaz – e. por isso, costumeiro – alerta de urgência e perigo.

Com cuidado, quero lembrar que, via de regra, no modo como é mobilizado, na prática, e realizado em atitudes, este verbo cuidar é que reside a diferença entre os propósitos que se perdem pelos caminhos ou que teimam em seguir remanchando sem nunca chegar, frente àqueles objetivos que alcançam se completar como “... coisas findas, muito mais que lindas...”.

Cuidemos, pois, convido vocês, a considerar e refletir sobre este mesmo momento e este mesmo lugar em que estamos: aqui e agora, compartilhando este evento, neste ambiente em que percorremos um cenário singular, com edificações bastante antigas junto a outras mais ou menos recentes, testemunhando uma longa travessia entre épocas.

O prédio mais histórico do ICHS, onde se instalou o antigo Seminário de Nossa Srª da Boa Morte, junto à capela dessa devoção, é, segundo o IPHAN, o primeiro estabelecimento de ensino do estado de Minas Gerais - com funcionamento autorizado por ordem régia de 12 de Setembro de 1748. A provisão oficial de recursos para a sua fundação data de 20 de dezembro de 1750.

Que tal, então, prosseguindo em nosso convite/desafio, nós de humanas, fazermos o esforço, não de calcular, mas de imaginar o quanto tem vibrado, no tempo e neste lugar, a energia do cuidado que é inerente aos atos de aprender e de ensinar, energia que começou a ser deflagrada nas primeiras salas de aula de nosso estado e seguiu, expandida e mobilizada, ao longo de séculos, neste espaço que estamos compartilhando agora.

Nesse exercício de imaginar, podemos cuidar de refletir sobre como teria reverberado por aqui, no ambiente de nossas primeiras salas de aula, os ecos do processo criminal que instituiu, na década de 1790, a devassa sobre as ações dos conjurados que tentaram organizar uma revolta que libertasse nosso país do controle imperialista da coroa portuguesa.

Lembremos que entre os importantes homens públicos atingidos pela devassa, por ela denunciados como inconfidentes, figuravam cidadãos de Mariana, entre os quais vários padres, colegas e/ou pares, portanto, dos professores que aqui, neste nosso cenário, então lecionavam. É de se considerar que aqueles padres professores tinham, na base de sua formação, uma grande parcela de saberes e competências ancoradas no direito canônico, área do saber da qual a grande referência institucional era, então e, em certa medida, segue sendo, a Universidade de Coimbra.

As questões envolvendo os direitos e obrigações dos homens de bem em uma sociedade sob a égide de um estado colonial e da igreja, deviam estar fervilhando nas mentes mais argutas, especialmente em Vila Rica e Mariana, dentro e fora das instituições de ensino, face ao processo da devassa que pesava sobre os acusados de inconfidência contra a rainha D. Maria.

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Corte rápido para a atualidade: melhor cuidar do tempo presente, no hoje em dia, e deixar bem lá no passado tais questões políticas um tanto emaranhadas entre cidadãos ante o estado imperial, a igreja e a sociedade mercantil, resultando em condenações por traição e rebeldia contra os governantes ou os poderes constituídos. Afinal, já evoluímos para estarmos hoje num tempo em que acaba de ser proposto o “Consórcio da Paz”.

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Evoluímos, é claro, já que, ademais, tais questões não são mais coloniais e/ou imperiais, embora haja quem, entre os políticos eleitos, notadamente, aqueles mesmos propositores do tal “Consórcio da Paz” e seus apoiadores que parecem querer, a todo custo de tão estúpidas quanto trágicas operações, voltar ao nosso estágio de colônia, só para não ter que dividir nem um naco de seus gordos e podres poderes, em favor dos que mais direito têm de usufruir as riquezas deste país: os herdeiros dos escravizados e os povos originários.

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Comecei esta conversa buscando um jeito leve de celebrar nossos Finados, com o verso de Drummond “...as coisas findas, muito mais que lindas...” remetendo à lembrança de nossos mortos, cujo passamento, com o tempo e a saudade, se torna carregado de sentidos afetivos, assim como a memória de muitas realizações pessoais e profissionais que, para muitos aqui presentes, tiveram lugar neste Instituto de Ciências Humanas e Sociais.

Mas me sinto moral e eticamente impedida de continuar minha fala, sem mencionar os mortos por atacado, sem qualquer sentido, presente ou futuro, para os familiares das vítimas daquela tão perversa e estapafúrdia quanto mega operação policial nos complexos comunitários dos morros da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.

Ao contrário das realizações alcançadas no transcurso da história deste Instituto, agora e aqui, o sentimento é de que falhamos completa e miseravelmente, um fracasso tão cabal e inarredável que chega a me faltar o ar quando não consigo afastar o pensamento daquela medonha carnificina que, imagino, deve reverberar por todo país, em cada unidade de ensino, em cada sala de aula e em cada educador responsável que se empenha a cada dia de sua vida no cuidado de fazer vibrar do modo mais harmônico a energia dos atos de ensinar e de aprender. A disformidade dessa tragédia!... Ainda mais ao nos darmos conta de que foi operada, como propósito político, por agentes públicos! Isso nega toda e qualquer educação em todo e qualquer rincão em que se pretenda que ela aconteça.

Ouso tentar falar, aqui e agora, pelos meus pares, educadores de todos os cantos, perplexos ante esta coisa perversa, monstruosa e tão mal acabada que se posta no meio de nosso caminho como se fosse só mais uma pedra. Faltando-me o ar, as palavras e o sentido delas quando as pronuncio, não vejo como continuar senão recorrendo à poesia e mais uma vez a Drummond, com o seu Enigma:

As pedras caminhavam pela estrada. Eis que uma forma obscura lhes barra o caminho. Elas se interrogam, e à sua experiência mais particular. Conheciam outras formas deambulantes, e o perigo de cada objeto em circulação na terra. Aquele, todavia, em nada se assemelha às imagens trituradas pela experiência, prisioneiras do hábito ou domadas pelo instinto imemorial das pedras. As pedras detêm-se. No esforço de compreender, chegam a imobilizar-se de todo.

E na contenção desse instante, fixam-se as pedras — para sempre — no chão, compondo montanhas colossais, ou simples e estupefactos e pobres seixos desgarrados.

Mas a coisa sombria — desmesurada, por sua vez — aí está, à maneira dos enigmas que zombam da tentativa de interpretação. É mal de enigmas não se decifrarem a si próprios. Carecem de argúcia alheia, que os liberte de sua confusão amaldiçoada. E repelem-na ao mesmo tempo, tal é a condição dos enigmas. Esse travou o avanço das pedras, rebanho desprevenido, e amanhã fixará por igual as árvores, enquanto não chega o dia dos ventos, e o dos pássaros, e o do ar pululante de insetos e vibrações, e o de toda vida, e o da mesma capacidade universal de se corresponder e se completar, que sobrevive à consciência. O enigma tende a paralisar o mundo.[1]

 

Com esse poema, grito uma pergunta: será que estamos cumprindo alguma maldição? Será que, no nosso caso aqui, voltando à nossa história, bem no começo dela, será que somos condenados a pagar a conta por estarmos ocupando um lugar no mundo à custa da extinção de gentios? Estamos amaldiçoados por estarmos nesta região do Brasil, pisando o território de um povo do qual, ao que me parece, não resta mais qualquer traço de sua cultura, a não ser o nome: os Cataguazes?

Poetas, pesquisadores, historiadores, antropólogos, sociólogos, psicólogos, arqueólogos, geólogos, CORREI! Todos os educadores, de todos os níveis, disciplinas e especialidades de todas as ciências humanas e sociais, que formam a legião dos estudiosos de nossa condição humana, CORREI!

É preciso e é urgente encontrar ou fabricar uma senha, acessar um link, instalar um app, que nos permita configurar uma chave mestra que possa trancar esse monstro, impedir esse ímpeto, estancar essa sanha de buscar sempre e compulsivamente auferir vantagens pela exploração do outro até apagá-lo de nossas vistas. É preciso e urgente, ao invés disso, insistir na alteridade, nas possibilidades de cooperação e aprendizado mútuo que nos poderão levar a um caminho mais suave de nos enriquecermos com a diversidade.

Para, enfim, esgotar este grito que não pude evitar, busco amparo, ainda, na poesia, mas, agora, de um poeta daqui mesmo, não de Minas, como Drummond, mas de Mariana mesmo, que é o suicidado inconfidente Claudio Manuel da Costa, quando, do século XVIII, nos clama:

Ah, mortais! Até quando
Vos cega o pensamento?
Que máquinas estais edificando
Sobre tão louco intento?[2]

Para voltar, ainda que meio ressabiada, àquelas coisas “...muito mais que lindas...” que aqui alcançamos construir e bem acabar, é preciso que cuidemos de honrar a oportunidade de estarmos juntos, batalhando por uma educação cada vez mais inclusiva.

  1. já tive a oportunidade de dizer aqui, para os calouros de 2023, parece-me que em poucos períodos de nossa história, tenha sido tão necessário reconsiderar o valor de uma educação de qualidade, que busque fomentar o pensamento crítico e uma postura de inclusão da diversidade, seja da clientela, seja das competências interdisciplinares e dos saberes transversais. A importância do cuidado em qualificar e diversificar o ofício de educar é crucial, neste contexto atual, em que questões ideológicas teimam em tentar sobrepujar a busca pelo saber, da qual é inerente e inescapável o ato de pensar criticamente.

É preciso cuidarmos bem disso, para reduzir a pó objeções conceituais abjetas e estapafúrdias como “ideologias de gênero”, “escola sem partido”, além do acochambramento das escolas cívico militares, que andam tentando nos impor, para impedir a prática sistemática de pensar para aprender, e para se decidir. Como já aconselhava a Bárbara Heliodora, poeta, esposa e cúmplice de um daqueles inconfidentes condenados pela rainha D. Maria. Dizem alguns, que ela era cotada, por aqueles conjurados, para cuidar da educação na república por eles imaginada. Em poucos versos, ela também nos ensina, desde o século XVIII, que:

Não basta somente ler

É preciso ponderar,

Que a lição não faz saber.

O que faz sábios é o pensar.[3]

Quero encerrar minha fala, compartilhando a observação de uma professora deste Instituto, amiga querida, ainda na ativa, a quem recorri para saber, assim, por alto, como quem não quer nada, como andam as coisas por aqui.

Reportando o que ela me disse, parece que não há mais, nos dias de hoje, a intensidade e a diversidade de interlocuções entre docentes e discentes dos diversos cursos e/ou níveis, em múltiplas e transversais atividades ou mesmo em encontros apenas festivos e afetivos, como no tempo em que eu lecionava. Como não posso formular qualquer diagnóstico, deixo com vocês essa observação para que cuidem de refletir sobre ela. Como “quase que nada não sei, mas desconfio de muita coisa”, ao modo de Guimarães Rosa, reputo que talvez isso possa ser efeito do período de pandemia e, a partir daí, uma mudança nos modos de interlocução, pelas redes, em encontros virtuais em que se podem resolver até mesmo muitas tarefas disciplinares. Deixo a questão para vocês, com a provocação de que a gente já viu, bem recentemente, que cara-a-cara e pele a pele é sempre maior e melhor a possibilidade de, de repente, rolar uma excelente química, por mais inusitado que isso possa parecer.

De todo modo, temos aqui ao lado, o nosso reitor, o Professor Luciano que, me parece, poderá tecer algumas considerações esclarecedoras a esse respeito, especialista que é nos estudos dos aspectos comportamentais em ambientes de ensino e aprendizagem.

Como podem perceber, há tempos, desde que me aposentei, não tenho acompanhado as rotinas do Instituto, mas sempre acho um jeito, ou me acham, de participar de iniciativas que visem congregar a comunidade ICHSeana. Por ocasião dos 25 anos do Instituto, a partir de uma conversa de barzinho com o Professor Álvaro Antunes, do curso de história, surgiu o primeiro Encontro Memorial e a ideia de programá-lo para se realizar a cada 5 anos.

Logo depois do primeiro Memorial, os ex-alunos com ele mobilizados se revoltaram, reclamando que cinco anos é muito tempo. Que eles já não tinham cabeça para ficar se lembrando de algo por cinco longos anos e teimaram em criar o Memoriol que, com frequência bianual, atenderia os desejos de confraternização e, entre outras coisas, serviria par ir, bianualmente, levantando ideias e preparando o Memorial quinquenal.

Mas, de novo, esbarramos com a pandemia. Depois dela, todas essas mobilizações restaram desarticuladas em consequência tanto do isolamento quanto do desgoverno de então com tal desarranjo na economia, que nos afetou a todos, degradando de muitas maneiras nossas capacidades individuais de tempo e dinheiro.

Neste ano, uma nova iniciativa surgiu, a partir de um grupo de professores que resolveram criar a ASA – Associação dos Amigos do ICHS. Liderados pelo nosso atual diretor, Professor Mateus Pereira, tiveram também a ideia de não só me convidar, mas cuidar de me convencer, de todo modo, a presidi-la e... eis-me aqui.

Com a formalização de uma entidade sem fins lucrativos, poderemos captar e gerir recursos de modo a melhor congregar a comunidade ICHSeana, contribuindo para a conservação do espaço, a aproximação das pessoas, a promoção da memória e da história do ICHS, como reza o estatuto da ASA.

Então, convido a todos os que têm, tiveram ou passarão a ter alguma ligação com o Instituto a se associarem para que, ao custo de uma módica quantia anual, possamos ter uma base concreta e sistemática na captação e gestão de recursos para promover os mais diversos eventos, com vistas a congregar os ex, os atuais e os futuros ICHSeanos junto com a comunidade em geral, para que, de maneiras afetiva, festiva e até mesmo defensiva, se for o caso, tornarmos mais efetivo o cuidado com o nosso Instituto e sua/nossa memória.

Fecho minha fala recitando, agora inteiro, o poema de Drummond cujo verso regeu este singelo discurso e nele foi sendo despedaçado, cujo título, tinha que ser:

MEMÓRIA
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.[4]

 

VIDA LONGA AO ICHS!

 

[1] ANDRADE; Carlos Drummond de. O Enigma. In: Novos poemas. 5ed.Rio de Janeiro. Ed. Nova Aguilar. p.259.1979.

[2] COSTA, Cláudio Manuel da. Fábula do Ribeirão do Carmo. In: A Poesia dos Inconfidentes. Rio de Janeiro. Ed. Nova Aguilar. p.120 -127. 1996

[3] HELIODORA, Bárbara (Atrib). Conselhos a meus filhos. Disponível em: <https://quadrogiz.blogspot.com/2020/07/conselhos-meus-filhos-poema-de-barbara.html> Acesso em 02/11/25.

[4] ANDRADE; Carlos Drummond de. Memória. In: Claro Enigma. 5ed.Rio de Janeiro. Ed. Nova Aguilar. p.266.1979